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ENTREVISTA: INOVAÇÃO NA PECUÁRIA

ENTREVISTA: INOVAÇÃO NA PECUÁRIA

ENTREVISTA: INOVAÇÃO NA PECUÁRIA

FAZENDAS SANT’ANNA | 2 de julho de 2015 | Entrevista | Nenhum Comentário

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Com o crescente aumento da população global, a FAO prevê que até 2050 o mundo terá que aumentar sua produção de alimentos em 70%. Como um dos principais produtores de alimentos do mundo, o Brasil terá grande responsabilidade nesse aumento e encontrará como barreira a impossibilidade de expansão da fronteira agrícola.

Quando falamos de pecuária, a inovação em processos de melhoramento genético, reprodução, manejo, bem estar animal, entre outros, se mostram o caminho mais indicado para alcançarmos as metas de aumento de produção de alimentos.

Sobre esse assunto, conversamos com Luiz Antônio Josahkian, superintendente técnico da ABCZ, para entendermos mais sobre os avanços tecnológicos e projetos inovadores sendo desenvolvidos na pecuária brasileira.

Fazenda Sant’Anna: Como você vê a importância de inovar na pecuária hoje em dia?

L.A. Josahkian: A pecuária evoluiu muito no Brasil, tanto no corte como no leite. Entretanto, falar em inovação no setor se restringe a alguns núcleos de produtores que vêm fazendo a lição de casa ao longo do tempo, ou seja, cuidando da manutenção e/ou implantação de boas pastagens, fazendo o controle zoosanitário e investindo em genética melhoradora.

Sabemos que, infelizmente, não é uma parcela significativa de produtores que adota estas tecnologias. Assim, olhando sob este aspecto, inovar em escala, na pecuária brasileira, ainda seria fazer o básico. Os saltos quantitativos e qualitativos da produção com estas tecnologias fundamentais seriam fantásticos. Por outro lado, não há como negar que o Brasil, hoje, se tornou um celeiro mundial de tecnologias tropicais para a produção pecuária e outros setores. Existem técnicas que permitem ganhos adicionais para todos os níveis de produtores.

Fazenda Sant’Anna: De que forma você acredita que a inovação contribui para a genética bovina?

L.A. Josahkian: Em específico, na genética bovina, inovação é a palavra de ordem. Recém começamos a aprender a ler os diferentes genomas, inclusive o humano e o bovino, mas podemos esperar muitas novidades a partir de agora. A genômica talvez seja a área do conhecimento que mais tem recebido investimento em termos de pesquisa e desenvolvimento. Ganhos incrementais são registrados a todo momento. Claramente estamos no limiar de um mundo gigantesco de novos conhecimentos.

Fazenda Sant’Anna: Em sua opinião, quais foram as últimas inovações que geraram maior impacto na pecuária brasileira?

L.A. Josahkian: Tecnologias nunca funcionam isoladamente. Elas sempre entram em conjunto sistêmico de técnicas. Entretanto, olhando isoladamente, possivelmente a IATF tem sido a tecnologia que mais gera impacto nos últimos anos, com um nível de adoção muito rápido em pouco tempo.

Fazenda Sant’Anna: Atualmente, quais seriam os três processos que se destacam ao trazer inovações que tenham potencial de gerar impacto na realidade da produção de carne e leite no Brasil?

L.A. Josahkian: Se o foco for gerar impacto na produção de carne e leite, eu diria que a adoção maciça de tecnologias já consolidadas, tais como a implantação e manejo de pastagens (incluindo soluções para o nosso gargalo produtivo, que é o período seco), o uso de genética melhoradora e a adoção de cuidados sanitários, seriam capazes de triplicar nossa produção sem a necessidade do aumento do uso da terra. Verticalizar a produção deve ser o objetivo.

Fazenda Sant’Anna: Dentre os últimos exemplos de inovação em processos que você teve contato, você saberia citar algum destaque? Algo ainda pouco conhecido, mas que te chamou a atenção?

L.A. Josahkian: Sem dúvida, os avanços na genômica aplicada ao melhoramento. Dezenas e dezenas de regiões do DNA começam a ser explicadas e estão próximas de se tornarem produtos. As últimas adequações na incorporação das avaliações genéticas também são extremamente interessantes. Elas resultam da combinação da genômica e os modelos clássicos de avaliação genética. Na prática, seria usarmos nossos bancos de fenótipos associados aos bancos de genótipos e deixando que esta associação entre eles nos retornem os melhores valores genéticos preditos. O grande entrave ainda da genômica são seus custos, muito altos ainda para operar na escala comercial que precisamos. Lamentavelmente, embora estes custos tenham se reduzido nos últimos anos, ainda são muito restritivos e concentrados em poucos fornecedores.

Como pudemos ver, Johsakian ressalta grandes avanços tecnológicos, mas entende que no atual cenário brasileiro, a consolidação de práticas já conhecidas do produtor tem enorme potencial para o aumento de produtividade.

Caso tenha interesse em conhecer mais sobre esses processos, pesquisas e práticas, fique atento aos nossos posts!

Até o próximo!

Fazenda Sant’Anna

Nada é por acaso. Tudo é inovação.

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